Chovia muito no mar de almirante.

Rajada nenhuma e água pelas canelas

Da chuva escorrida no rosto

Apenas um sonho:

O amor como o dos marinheiros.

Recitou Neruda aos berros e foi nadar.

as palavras em silêncio
eu,
pálida de azul.



e o vermelho notourno,
rasberry words
no asfalto


quem??

seus beijos demoram sua língua na minha

não,

não,

meu amor,

não

te peço:

não te prolongues.

abandona minha língua

se das outras são seus versos

de que me serve sua boca de delongas?

i wind straight across the atlantic i cloud my sea to rain your absence way let me blow thee wind

A Baía pútrida-plástico remontando-se no bloco de pedra, nas velas brancas de optimist que ventam lentas contra mim; e os gatos todos rotos lambendo-se à sua beira. Do outro lado a Urca fluida. Todos os seus buracos que não vejo daqui desalentam o correr frenético dos carros. Um homem da Baixada foi nadar lá e saltou das pedras. Estilhaçou a cabeça até a morte na ferrugem de um fogão abandonado.

o outono codifica outono em rosas e lilases

o marrom do pão de açúcar

flutua objetivamente crônico

desisto

vento até o sol de andorinhas

arruaça na baía da guanabara.

pode me invadir

zumbe esse silêncio no escuro

zumbe essa insônia esperando sua voz

and there was solitude it was you and you and you and even when she was there there was only you and maybe if I was there it would have been only you and me and me and me me me again
and there was solitude it was you and you and you and even when she was there there was only you and maybe if i was there it would have been only you and me and me and me me me again
o cajal negro melado falsas olheiras de meus olhos exaustos o desespero de amor De uma, só uma Noite ao seu lado
um pingo do céu de cracóvia encobriu seus cílios. corvos negros aos berros. lambeu o pingo de céu que lhe escorria pelo canto da bochecha. nunca mais cessou de chover. corvos, corvos, corvos no céu de cracóvia.
Have I lost the simplicity of being human? Am I just tear(ing) the impossible? A schizophrenic man and a blind girl are in love. A schizophrenic man and a blind girl dance. A schizophrenic man washes a blind girl’s feet. So good, so good, I’ve got you. Have I?
Eu pisando em chicletes e você me mastigando tutti-frutti.
Nevralgia lenta estilhaça desde dos dedos dos pés. O quintal amarelecido de caramujos
us side by side aside the silence the sight of the sea the sound of the sea side by side the sound of the sea and us and the sound of the sea and us and the silence and us and you keeping in wait keeping in love keeping awake all the stars
a madrugada absurda mede as consequências do seu desejo implodo
depois do gozo fugirei pelas escadas rolantes...
quero negros os jardins vermelhos de tulipas enquanto o único consolo é o dourado da sakura...
todas as línguas que me roçam roçariam Wilde no metro... veias subssolas ratos WELCOME TO SAMSARA
Meu caminho sopra calor Em avenidas de ventos nórdicos Na primavera neva E continua a ventar no Tamisa.
perdida entre o ontem e o agora, já não sou nem pierrrot nem columbina. nostalgia nenhuma. meu destino perambulava bêbado pelas esquinas do carnaval e beijava na boca os foliões. o carnaval acabou. meu destino partiu. e tempo se estagnou nas pétalas das flores de plástico (insisto nelas todos os anos e espero o verão passar) alguém, por favor, poderia me informar as horas?
a storming quiet desire fullfills me
se o amor bastasse seria silêncio se o silêncio bastasse
a manhã sempre a mesma- arde acordar de seus beijos ácidos
the secret places my lonelyness brings me i hear you play i feel you play i let you in in silence always still so lonely
Surpresa suspensa sua voz de meio de tarde de maio entrando ao pé da minha janela. Dispensaria todos os sinos, todas as vozes seu chamado. Surpresa suspensa na minha boca de danoninho azedoce que te recebe- sua língua: –Não te convido pra entrar pq tenho a panela no fogo.
transfiro plaquetas brancas de qualquer amor meu a cicatriz sufocada
tento sentir tento denovo and again cruzo as mãos sobre as pernas no words no rhymes
chove e a manhã cinza você insiste prateada. sem lupa nossos olhos pingam. 2 cegos na neblina. a manhã cinza você insiste prateada. a manhã passa. chove e se rebola o sol ao sol. escorre na minha calcinha a tarde evaporada.