Chovia muito no mar de almirante.
Rajada nenhuma e água pelas canelas
Da chuva escorrida no rosto
Apenas um sonho:
O amor como o dos marinheiros.
Recitou Neruda aos berros e foi nadar.
A Baía pútrida-plástico remontando-se no bloco de pedra, nas velas brancas de optimist que ventam lentas contra mim; e os gatos todos rotos lambendo-se à sua beira. Do outro lado a Urca fluida. Todos os seus buracos que não vejo daqui desalentam o correr frenético dos carros. Um homem da Baixada foi nadar lá e saltou das pedras. Estilhaçou a cabeça até a morte na ferrugem de um fogão abandonado.